Doido comenta: O Espetacular Homem-Aranha

Inicialmente isto não é um tipo de resenha, critica (porque não sou bom em avaliar atuação e etc..) é mais uma opinião sobre o filme sem qualquer compromisso.

Fui com minha namorada neste domingo, dia 08/07/2012, assistir ao filme que dá um reboot na franquia Homem-Aranha.

SPOILER A FRENTE!!

Faz dez anos que o primeiro filme (sem contar séries de TV) do Spider foi lançado, então, quem viu conhece a historia. Quem não conhece (se é que tem alguém que não conhece) vai um breve resumo:

Peter Parker, estudante, vitima de valentões da escola, vive com os tios, é apaixonado pela garota mais popular da escola, fotografo amador, um dia em uma espécie de feira de ciências é picado por uma aranha radioativa.

Ganha super força e agilidade sobre humana, conhecimento para desenvolver um super-adesivo químico altamente elástico e resistente, o fluido de teia, e dois disparadores mecânicos deste fluido.

Usa estes seus super poderes inicialmente para ganhar dinheiro, até que uma tragédia familiar, a morte do tio Ben Parker, lhe ensina que grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Então, ele se torna o Espetacular Homem-Aranha e protege a cidade de Nova York de super vilões.

Resumidamente, é isto. E o filme anterior explica bem esta historia. Sabe tudo que é preciso está ali.

Então, por que este novo teve que recontar uma historia que passa quase uma vez por mês na Tela Quente?

Por que não fizeram como “O Incrível Hulk”, com Edward Norton? Ele explicava resumidamente a origem do Hulk na introdução e o filme rolava muito bem. A origem dele tinha sido (bem mal) contata dois anos antes em “Hulk”, com Eric Bana.

As pessoas lembravam e sabiam o que aconteceu, portanto, não precisava fazer um novo filme de origem. Sobrou bastante tempo para o resto da história.

Mas, a Columbia Pictures não quis fazer isso neste novo filme do Spider. Então, começaram algumas mudanças que me irritaram um pouco.

Inicialmente, Andrew Garfield é um ótimo Parker, mas, parece que o Peter Parker de Tobey Maguire gastou toda a cota de “ser loser” que tinha disponível para os filmes. Este novo Parker é um cara meio descolado, anda de skate, usa lentes de contato, briga (apanha, na verdade) do valentão da escola, mas ainda assim, não chega a ser o cara mais babaca da escola.

Quando ganha poderes usa isso para se transformar no novo “bully” da escola, só que agora sua vitima é o cara que antes o infernizava, Flash Thompson. E por isso toma um esporro do tio.

Buscando a verdade sobre os pais, invade o laboratório da Oscorp e lá encontra o antigo colega de trabalho do pai, Curt Connors (Rhys Ifans), e começam a falar sobre cruzamento de espécies, junção de DNA e mais um monte de coisas que não consegui ler direito. Explico mais para frente o motivo. Parte do que Connors faz hoje são coisas que começou junto com Richard Parker e não consegue avançar nas pesquisas, por que falta a parte de Richard. Coisa que Peter acaba entregando para ele.

Peter é mordido pela aranha geneticamente alterada, ganha os poderes, se gruda no teto do metrô, bate em uma galera, arranca a blusa de uma mulher, espreme o tubo de pasta de dente, arranca a torneira da pia do banheiro e mais coisas de quem não consegue controlar sua super-força.

Em uma noite revoltado com a vida, briga com os tios e sai pela rua todo rebelde. Tenta comprar numa lojinha um iogurte, mas o cara não o deixa ficar devendo um centavo. A lojinha é assaltada e ele resolve não ajudar o lojista a parar o ladrão como pirraça por aquele um centavo.

No caminho o ladrão mata o tio dele.

Isso foi uma das coisas que me incomodou! Assalto na lojinha? Cadê a parte que mostra a irresponsabilidade do Parker, para depois ele levar a lição de moral sobre responsabilidade?

Na verdade, esta lição de moral chega a acontecer na discussão com os tios, em que o tio Ben cita uma frase do pai de Peter e ele revoltado sai de casa no meio da noite, o que resulta na morte do tio.

Mas, a lição não tem o mesmo impacto do que o antigo “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”.

Então, ele sai batendo em todo vagabundo parecido com o assassino do tio, procurando um cara que tenha uma tatuagem de estrela no pulso. Mas, um dos caras chama uma galera para bater em Peter que tem que correr dos caras e perseguir o vagabundo parecido com o assassino.

Depois de muito correr, pular, chutar, não era o cara certo.

Ele acaba caindo do telhado no meio de um ringue de lutas, onde ele olha para um anuncio de “lucha libre” (sim, lutadores-mascarados mexicanos têm um ginásio de luta no meio de NY) e aí tem a inspiração para fazer a mascara e a roupa.

No inicio a mascara é um pano vermelho na cara e um óculos escuro, mas, ele pesquisa na internet (usando o Bing) sobre roupas colantes (spandex) e faz a roupa. Como no HA anterior a roupa tem textura de bola de basquete.

Nenhuma bola de basquete se feriu durante as filmagens

Novamente, não consegui ler bem a origem do Disparador de Teias. Aparentemente, é tecnologia da Oscorp. Mas, quem é que deixa um moleque entrar no mega laboratório e sair com tecnologia experimental? Não tem revista na mochila?

“Oh, beleza, porteiro Zé? Estou levando esta bomba termo-nuclear, mas logo devolvo certinho?”

Isso não fez muito sentido. E poderia ser mais explorado. A roupa foi muito fácil de conseguir, a teia, tudo foi muito rápido. Outra coisa que me incomodou, ele passa muito tempo de HA e sem mascara. Para que fez se não vai usar? A cena em que salva a criança e dá a mascara para ela se sentir confiante, é muito legal, mas de resto, podia continuar de mascara.

Enquanto isso, o Dr. Connors esta usando a pesquisa do pai do Peter Parker para reconstruir o braço dele, usando DNA de um lagarto. Ele fica maluco com o uso do soro e resolve que irá transformar toda a humanidade em “lagartosomens”, pois aí todos seriam iguais.

Não acho que o Lagarto seria um grande vilão para um filme, ele está mais para vilão secundário, como foi o Homem Areia, mas, como um “vilão físico” garantiu boas cenas de ação e é isso que conta.

Não gostei desta dinâmica de “Batman e Coringa” no vilão. Aquela coisa de “eu te criei e você me criou”, mudaram a origem dos dois para colocar essa coisa. E isso vai se estender no próximo vilão, por que o gancho para o próximo filme já foi dado.

Será uma “cria” da interferência do Peter Parker nas pesquisas do Connors neste filme. Desnecessário

Por último, não menos importante, o envolvimento com Gwen Stacy (Emma Stone) é legal, mas, no começo do filme, quando eles tentam conversar e ficam só “Oi...”, “hâ..Eu queria...”, “Sabe, é você...” e não falam nada. Parece que a Gwen já era apaixonada pelo Peter Parker antes de toda a ação do filme.

E do nada ele resolver contar o segredo dele para ela. Como ele poderia confiar um segredo destes? A primeira coisa que ela iria fazer é tuitar “Eu namoro o Spider Man!!”

O pai dela, George Stacy (Denis Leary), parece que está emulando a dinâmica de Batman e Comissário Gordon. Um policial que no começo quer capturar e no fim resolve ajudar.

Por último, a cena em que o pai daquela criança que ele salva na ponte resolve ajudar virando as gruas para o lado da rua para que o Spider possa se pendurar e ir até a Torre Oscorp foi muito legal.

Sem contar uma das melhores aparições do Stan Lee em filmes.

Agora, o motivo de não consegui ler algumas coisas na tela? É uma dica. Não vão ver o filme em 3D. Não tem nada de mais no filme em 3D e as vezes você enxerga melhor o filme sem os óculos. O filme não fica distorcido, exceto a legenda. E talvez eles tenham percebido, por que, do meio para o fim do filme a legenda fica clara. Isso tirando o fato que não há cenas em que alguma coisa "pula" da tela, é só aquele efeitinho de profundidade a mais. Dispensável.

Ou seja, se tivesse visto o filme em 3D dublado, teria sido melhor ou legendado sem o 3D.

Resumindo, o filme é bom. Se você é um fâ chato (como eu) algumas coisas vão incomodar e não gaste dinheiro a mais com o 3D.